5 Lições de Aristóteles para Usar Abstração no Desenvolvimento de Jogos
Aristóteles, Games e a Magia da Abstração
Imagine Aristóteles, o famoso filósofo grego, andando por aí em sua toga, observando o mundo ao seu redor e refletindo sobre os grandes mistérios da vida. Agora, imagine se ele tivesse uma cadeira e um computador. Talvez, ele estivesse desenvolvendo um jogo indie incrível! Pode parecer improvável, mas a verdade é que as ideias de Aristóteles sobre essência e acidente têm muito a ver com o que você faz todos os dias como desenvolvedor de jogos.
Aristóteles acreditava que cada coisa no mundo tem uma essência, algo que define o que essa coisa realmente é. Por exemplo, a essência de uma cadeira é sua função de ser algo onde você pode sentar. As cores, formas e materiais da cadeira? Esses são os “acidentes” — características que podem mudar sem afetar o propósito principal. Esse conceito é muito útil quando pensamos em desenvolvimento de jogos, especialmente no que chamamos de abstração.
O que é Abstração no Desenvolvimento de Jogos?
No mundo dos jogos, a abstração é uma ferramenta poderosa que usamos para lidar com a complexidade dos sistemas. Pense nisso como organizar o código em “caixas”, onde cada caixa tem uma função específica, como gerenciar física, animações ou colisões. Isso permite que você esconda detalhes desnecessários de implementação e se concentre no que é mais importante: a jogabilidade.
Por exemplo, imagine que você está programando o pulo de um personagem. Pode parecer uma tarefa simples, mas na realidade, envolve física, colisões, animações e entradas do jogador. Se você for escrever cada um desses detalhes todas as vezes que seu personagem pular, vai acabar com um código bagunçado e difícil de manter. Aqui é onde entra a abstração: você encapsula toda essa complexidade dentro de uma função simples chamada Jump()
.
Dentro dessa função, você pode ter outros métodos que tratam das diferentes partes do pulo:
ApplyJumpForce()
para a física,CheckIfGrounded()
para verificar se o personagem está no chão eAnimateJump()
para sincronizar as animações. Assim, toda vez que precisar que o personagem pule, você não precisa reescrever toda a lógica. Basta chamarJump()
e deixar que a mágica aconteça!
Aristóteles no Código: Essência e Acidente
Agora, pense na filosofia de Aristóteles aplicada ao seu código. A essência do pulo é que o personagem se move para cima e depois desce de volta ao chão. Isso não muda. No entanto, os detalhes sobre como o pulo acontece — a altura, a força aplicada, o tipo de animação — são os “acidentes”. Eles podem ser ajustados e modificados sem mudar a essência do pulo.
Se Aristóteles estivesse programando hoje, ele provavelmente iria focar em entender a essência do que está tentando fazer no jogo. E a abstração ajuda exatamente nisso: separar o que é essencial (a mecânica do pulo) do que é superficial (a aparência, os detalhes visuais).
Por exemplo, se você quiser mudar a altura do pulo ou adicionar uma animação mais complexa, você pode ajustar esses parâmetros sem precisar mexer no código que faz o personagem realmente pular. A essência da ação permanece intacta, e os detalhes podem ser ajustados conforme necessário.
Por que isso Importa?
A abstração torna o desenvolvimento de jogos mais organizado e eficiente. Imagine se cada vez que você precisasse de um novo comportamento, tivesse que reescrever toda a lógica do zero. Isso seria extremamente ineficiente e propenso a erros. Com a abstração, você escreve uma vez e reutiliza o quanto quiser, focando apenas no que é necessário em cada momento. Vamos ver como pensar sobre isso:
1. Identifique a Essência do Jogo
Antes de começar a programar, pergunte-se: “Qual é a essência do que estou tentando criar?” Aristóteles nos ensinou a separar o essencial do acidental. No desenvolvimento de jogos, isso significa definir as mecânicas principais, como pular, atacar, ou explorar, sem se preocupar com detalhes cosméticos (como texturas ou sons) neste momento.
2. Divida as Funcionalidades em Componentes
A abstração facilita a organização. Pegue cada mecânica principal e divida-a em componentes menores. Para o pulo de um personagem, você pode ter subcomponentes como física, animação e controle de colisão. Assim, cada parte tem uma função clara e independente.
3. Crie Funções Reutilizáveis
Crie funções reutilizáveis, como Jump()
, que encapsulam toda a lógica do pulo. Isso permite que você ajuste detalhes como a altura do salto ou a animação sem alterar o comportamento central. A essência do pulo é sempre a mesma, e os detalhes podem ser facilmente alterados.
4. Implemente o Código de Forma Modular
Organize seu código em módulos. Cada módulo deve cuidar de uma tarefa específica e independente, como física ou controle de animação. Isso facilita a manutenção e permite que você reutilize esses módulos em outros projetos. É como criar pequenas caixinhas de funcionalidades!
5. Refine Detalhes Posteriormente
Não se preocupe com detalhes visuais ou otimizações logo de início. Assim como Aristóteles ensinaria, comece pela essência e ajuste os “acidentes” depois. Depois que a mecânica principal está funcionando, você pode focar nos detalhes, como animações, sons e ajustes finos.
No fundo, o que você está fazendo é seguir os passos de Aristóteles, ao identificar o que é essencial para o funcionamento do seu jogo e separar isso dos detalhes acidentais. Dessa forma, você mantém o controle sobre a complexidade, garantindo que o código permaneça simples e fácil de manter.